O gozo, enquanto tal, não se deixa apreender totalmente, ele está sempre extravasando, transbordando, escapando. O gozo vaza como o tonel das Danaides, que, contendo um furo - os furos e buracos do corpo cortado pela linguagem - as obriga a enchê-lo sempre sem jamais o completarem. Assim, não há limites para o gozo, ele não se deixa reduzir ao sexo, mas pode ser encontrado no ato de se coçar. O que não quer dizer que seu campo, o campo do gozo, não seja estruturado.
Um acontecimento importante na vida de alguém pode ter hoje para ele um significado diferente do que tinha ontem: #talkingcure #Analise-me
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#gozo #psicanálise #clinica
O gozo, enquanto tal, não se deixa apreender totalmente, ele está sempre extravasando, transbordando, escapando. O gozo vaza como o tonel das Danaides, que, contendo um furo - os furos e buracos do corpo cortado pela linguagem - as obriga a enchê-lo sempre sem jamais o completarem. Assim, não há limites para o gozo, ele não se deixa reduzir ao sexo, mas pode ser encontrado no ato de se coçar. O que não quer dizer que seu campo, o campo do gozo, não seja estruturado.
"À flor da pele"
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
Que dá dentro da gente e que não devia Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
Que me queima por dentro, será que será
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
(Chico Buarque de Holanda)
'Às-aparências do baralho da vida/natureza'
Elas não enganam?!
- Ei, sabe onde consigo um 'esqueminha', por aqui?
- É, aonde rola um chocolate?!
Não compreendi.
- É porque desejo um e imaginei que poderia me ajudar.
Aé? Risos. Tenho uma bicicleta vermelha.
- Beleza, estarei na Ibituruna. (Antes do tempo, o assovio).
- Já vou!)
Trabalho há três anos.
- Agradecido.
Mucho e louco!
- Assim começa a história que acabo de contar - escrevendo-a.
Demoner - 27/09/2013 - 16h
Fobia de sujeita ou obsessão por limpeza?
Minha mão está suja.
Preciso cortá-la.
Não adianta lavar.
A água está podre.
Nem ensaboar.
O sabão é ruim.
A mão está suja,
Suja há muitos anos.
(Drummond)
A experiência linguística: o $abor das palavras...
- Ao-moço:
O tomate está abeterrado!
Oh! Toma-te esta: a Bete errada.
O Tom até está a ‘better’ ado.
Toma-te a-better-errado.
U tomate ABT irado.
Demoner.
25/09/2013
12h.
Ãh?
Tome um conto.
- Que conto?
Tome, no canto.
- O conto?
Canto e não conto.
- Atado ou contado?
Isolado, o canto não
é contado.
- Então conte!
- Um monte?
Tonto!
Conto e não monte.
- Não conte, desmonte.
- Sem monte, cem conto.
- Tome!
Some!
- Conte!
- Para um monte, que
cante.
Um monte, quanto?
Demoner
21/08/2012
13h
O que somos?
"Um dia escrevi que tudo é autobiografia, que a vida de cada um de nós a estamos contando em tudo quanto fazemos e dizemos, nos gestos, na maneira como nos sentamos, como andamos e olhamos, como viramos a cabeça ou apanhamos um objeto no chão. Queria eu dizer então que, vivemos rodeados de sinais, nós próprios somos um sistema de sinais" José Saramago (Caderno de Lanzarote, 1997).
O inconsciente

"Agora, porém, o caminho é escuro. Passamos da consciência para a inconsciência, onde se faz a elaboração confusa das ideias, onde as reminiscências dormem ou cochilam. Aqui pulula a vida sem formas, os germes e os detritos, os rudimentos e os sedimentos; é o desvão imenso do espírito" Machado de Assis (O Cônego ou Metafísica do Estilo, em Várias histórias, 1896)
A linguagem
Temos à escolha um ou outro dos hemisférios cerebrais; mas vamos por este, que é onde nascem os substantivos. Os adjetivos nascem no da esquerda. Descoberta minha, que, ainda assim, não é a principal, mas a base dela, como se vai ver. Sim, senhor; os adjetivos nascem de um lado, e os substantivos de outro, e toda a sorte de vocábulos está assim dividida por motivo da diferença sexual...
- Sexual?
Sim, minha senhora, sexual. As palavras têm sexo. Estou acabando a minha grande memória psico-léxico-lógica, na qual exponho e demonstro esta descoberta. Palavra tem sexo.
- Mas, então, amam-se umas às outras?
Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos estilo. Senhora minha, confesse que não entendeu nada.
Machado de Assis
(O cônego ou Metafísica do estilo, 1896).
Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de luz mais que de vento, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve, desatento, palavra.
Chico Buarque de Hollanda
(Uma palavra, 1989)
- Sexual?
Sim, minha senhora, sexual. As palavras têm sexo. Estou acabando a minha grande memória psico-léxico-lógica, na qual exponho e demonstro esta descoberta. Palavra tem sexo.
- Mas, então, amam-se umas às outras?
Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos estilo. Senhora minha, confesse que não entendeu nada.
Machado de Assis
(O cônego ou Metafísica do estilo, 1896).
Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de luz mais que de vento, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve, desatento, palavra.
Chico Buarque de Hollanda
(Uma palavra, 1989)
Sanidade
NÃO PENSES NAS COISAS
QUE SE FORAM E PASSARAM;
PENSAR NO QUE PASSOU É
AFLIÇÃO INÚTIL.
NÃO PENSES NO QUE HÁ
DE SUCEDER;
PENSAR NO FUTURO É
IMPACIÊNCIA VÃ.
É MELHOR QUE DE DIA
SENTES COMO UM PALETÓ NA CADEIRA;
QUE DE NOITE DEITES
COMO UMA PEDRA NO LEITO.
QUANDO VEM O JANTAR
ABRE A BOCA;
FECHA OS OLHOS QUANDO
VÊM O SONO E O SONHO.
Po Chu Yi (Poeta chinês da dinastia Tang, 618-960).
Texto Férias - 'Rir'
Rir
Gri-gri-gri na
escuridão do dia.
O companheiro,
A viagem de todo dia.
O grilo não grila
inteiro.
Apenas um voo, ir,
voltar ou ia?
Por onde ir, será
rir, ir.
Demoner
17/09/2012
10h
Atualizado: 15/07/2013
Angú à baiana.
Fotografia
"Não existe Homem natural. A linguagem desnaturaliza, a natureza, o homem natural-biológico. O significante habita o corpo biológico do ser. Uma transformação que vai de animal ao tornar-se humano. A loucura, agora, é uma forma de subjetividade. O equilíbrio entre a Natureza e o Homem é a liberdade, expressão da harmonia entre as duas partes. E você, é livre? Liberte-se!"
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